Mostrando postagens com marcador tradição judaica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tradição judaica. Mostrar todas as postagens

sábado, 27 de junho de 2020

VLADIMIR HERZOG, PRESENTE!!!

Conheça a história deste jornalista (outro!...) morto covardemente pela ditadura militar.

Sob uma ditadura, todos passam a ser alvo”, diz filho de | Política
Vladimir Herzog: fugiu das perseguições dos nazistas na Europa, e acabou sendo torturado e morto pela ditadura militar no Brasil.

Vladimir Herzog (1937 - 1975) foi um ativista, dramaturgo, filósofo, jornalista e professor nascido em Osijek, cidade do então Reino da Iugoslávia mas que hoje pertence à Croácia. Seu nome de batismo era Vlado Herzog e, por ser filho de família judaica, durante a Segunda Guerra Mundial teve que fugir, devido às perseguições antissemitas perpetradas na Iugoslávia, que não passava de um estado fantoche, controlado pela Alemanha nazista.     

Herzog e sua família vieram parar no Brasil, onde naturalizou-se brasileiro e começou a exercer a fotografia, sua paixão. Após o golpe militar de 1964, ele tornou-se um nome conhecido (e incômodo para os militares...) no movimento pela restauração da democracia no nosso país. Nos anos de 1970 Vladimir assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, sendo também professor de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Ele foi convocado para "prestar esclarecimentos" por sua militância no Partido Comunista Brasileiro, nas instalações do DOI-CODI, no quartel-general (QG) do II Exército, no município de São Paulo/SP. O jornalista se apresentou voluntariamente. Era dia 24 de Outubro de 1975. No dia seguinte, mataram-no e fizeram parecer um suicídio.
MPF denuncia seis ex-agentes da ditadura pelo assassinato de ...
Morte de Vladimir Herzog: os 'milicos' tentaram fazer parecer um suicídio. Mas a cena montada por eles, prova o contrário.
Herzog foi covarde e brutalmente torturado e morto. Ele ficou preso com mais outros dois jornalistas, George Benigno Jatahy Duque Estrada e Rodolfo Oswaldo Konder, os quais testemunharam depois as horas de sofrimento enfrentadas por Vladimir. Eles disseram que ouviram quando deram a ordem para trazer a máquina de choques elétricos e, durante a sessão de tortura, para abafar os gritos de Herzog, os militares ligaram um rádio e aumentaram o volume. Apesar das pressões físicas e psicológicas, Vladimir não delatou nenhum companheiro, nem se dobrou perante as investidas dos militares. Resistiu até o fim... 

Por ser judeu, Herzog deveria ser enterrado em local separado, como manda a tradição. Acontece que quando os membros da Chevra kadisha - responsáveis pela preparação dos corpos dos defuntos, de acordo com os preceitos do judaísmo - arrumavam o corpo para a cerimônia do funeral perceberam algo estranho. O rabino Henry Sobel, líder da comunidade judaica, viu marcas explícitas de tortura. Segundo declarou Sobel: "Vi o corpo de Herzog. Não havia dúvidas de que ele tinha sido torturado e assassinado". Assim, foi decidido e Vladimir Herzog foi enterrado no Cemitério Israelita, no bairro do Butantã. 

Na época era corriqueiro que o governo militar divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam morrido por atropelamento, acidente de trânsito, fuga ou suicídio. Basta lembrarmos o caso de Zuzu Angel, morta num "acidente de trânsito", justamente na época em que investigava o desaparecimento do seu filho Stuart Angel, depois de ser preso num quartel da Aeronáutica. 

Em 1978 o juiz federal Márcio Moraes, em sentença histórica, responsabilizou o Governo Federal pela morte de Herzog, pedindo a apuração da autoria e das condições em que acontecera. Contudo, nada foi feito... Somente em 2012, quase 40 anos da morte de Vladimir, seu registro de óbito foi retificado. Passou a constar "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridas nas dependências em dependência do II Exército - SP (DOI-CODI)", conforme tinha sido solicitado pela Comissão Nacional da Verdade. A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato do jornalista.   

Se Vladimir Herzog fosse vivo, completaria hoje 83 anos de idade, todavia, sua vida familiar, sua trajetória profissional, seus planos pessoais, sua carreira política e acadêmica foram interrompidas por um regime ditatorial, autoritário e covarde. Mas sua memória não será esquecida!!!

Sua morte, como as de outros verdadeiros heróis nacionais, ajudou a pavimentar a estrada para a democracia, e de todas as liberdades que desfrutamos hoje. Portanto, caros leitores, é nosso dever não apenas relembrarmos de pessoas como Herzog, mas continuarmos seu legado de resistência, luta e compromisso com a democracia, para que aqueles tempos sombrios não voltem ao nosso país.     

Fonte: Wikipédia, com adaptações.     


(As imagens acima foram copiadas do link Google Images.)

quinta-feira, 9 de abril de 2020

PÁSCOA: O MEMORIAL DA LIBERTAÇÃO

Páscoa e Juízo - Lecionário

1 Javé disse a Moisés e Aarão na terra do Egito: 

2 "Este mês será para vocês o principal, o primeiro mês do ano. 3 Falem assim a toda a assembleia de Israel: No dia dez deste mês, cada família tome um animal, um animal para cada casa. 

4 Se a família for pequena para um animal, então ela juntará com o vizinho mais próximo de sua casa. O animal será escolhido conforme o número de pessoas e conforme cada um puder comer.

5 O animal deve ser macho, sem defeito, e de um ano. Vocês o escolherão entre os cordeiros ou entre os cabritos, 6 e o guardarão até o dia catorze deste mês, quando toda a assembleia de Israel o imolará ao entardecer.

7 Pegarão o sangue e passarão sobre os dois batentes e sobre a travessa da porta, nas casas onde comerem o animal.

8 Nessa noite, comerão a carne assada no fogo e acompanhada de pão sem fermento com ervas amargas.  (...)

11 Vocês devem comê-lo assim: com cintos na cintura, sandálias nos pés e cajado na mão; vocês o comerão às pressas, porque é a páscoa de Javé.

12 Nessa noite, eu passarei pela terra do Egito, matarei todos os primogênitos egípcios, desde os homens até os animais. E farei justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou Javé."

13 O sangue nas casas será um sinal de que vocês estão dentro delas: ao ver o sangue, eu passarei adiante, E o flagelo destruidor não atingirá vocês, quando eu ferir o Egito.

14 Esse dia será para vocês um memorial, pois nele celebrarão uma festa de javé. Vocês o celebrarão como um rito permanentemente, de geração em geração".


Bíblia Sagrada - Edição Pastoral (Paulus, 1998), Antigo Testamento, Livro do Êxodo: Capítulo 12, versículos 1 a 8 e 11 a 14 (Ex 12. 1-8. 11-14).

(A imagem acima foi copiada do link Lecionário.)

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

FUNDAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS (III)

Continuação do resumo de texto do autor Fábio Konder Comparato, apresentado como trabalho de conclusão da terceira unidade da disciplina Direito Constitucional I, do curso Direito Bacharelado (2° semestre/noturno), da UFRN.

O filósofo francês Descartes: deu o pontapé inicial a toda a filosofia moderna.
2. A dignidade do homem como fundamento dos direitos humanos.

Uma das tendências marcantes do pensamento moderno é a plena convicção de que o verdadeiro fundamento de validade do direito em geral, e dos direitos do homem em particular, já não deve ser procurado na esfera religiosa ou sobrenatural. Já que o direito é uma criação humana, o seu valor é oriundo daquele que o criou.

Os grandes textos normativos pós Segunda Guerra Mundial confirmam isso. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948; a Constituição da República Italiana, de 1947; a Constituição da República Federal Alemã, de 1949; a Constituição Portuguesa de 1976; a Constituição Espanhola de 1978; e a nossa Constituição de 1988, trazem em seus textos elementos protetivos da dignidade do homem como fundamento dos direitos humanos.

No que concerne à dignidade da pessoa humana, nosso pensamento ocidental herdou duas tradições parcialmente antagônicas entre si: a judaica e a grega.

Na tradição judaica, que nos legou a Bíblia, temos a ideia de uma certa participação do homem na essência divina, tal como podemos encontrar no primeiro livro das Sagradas Escrituras, o Gênesis (1, 26): “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. Para os gregos, diferentemente, o homem tem uma dignidade própria e independente.

Entretanto, a característica da racionalidade, a qual a tradição ocidental sempre considerou como atributo intrínseco do homem, foi concebida a partir de Descartes, que deu o pontapé inicial a toda a filosofia moderna.

A racionalidade propriamente humana reside na capacidade de inventar. Na espécie humana não existem técnicas imutáveis, nem tampouco limitadas. A capacidade inventiva do homem, inclusive, acabou levando-o a intervir em seu próprio processo genético, transformando-o em deus ex machina de si mesmo.

Ainda, para definir a especificidade ontológica do ser humano, sobre a qual fundamentar a sua dignidade no mundo, a antropologia filosófica moderna estabeleceu um largo consenso a respeito de algumas características próprias do homem, tais como: a liberdade como fonte de vida ética, a sociabilidade, a autoconsciência, a unicidade existencial e a historicidade. 

Todas estas características diferenciais do ser humano demonstra, como bem assinalou Kant, que todo homem tem dignidade, e não um preço, como as coisas.


(A imagem acima foi copiada do link Oficina de Ideias 54.)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

QUEM FOI (SÃO) PAULO?

De caçador de cristãos a evangelizador de pagãos  

São Paulo: de perseguidor a evangelizador.

Paulo é uma das figuras mais importantes do Novo Testamento. Filho de judeus, da tribo de Benjamim, seu nome original era Saulo. Nasceu por volta do ano 05 da nossa era, na cidade de Tarso da Cilícia (At 9,11) – daí vem o costume de chamá-lo Saulo/Paulo de Tarso –, crescendo à sombra da mais perfeita tradição judaica. Morreu por volta do ano 67, em Roma, e é venerado como santo pela Igreja Católica Apostólica Romana. 

Ainda jovem foi para Jerusalém, onde se aprofundou no conhecimento da sua religião: tornou-se mestre e especialista rigoroso no cumprimento de toda a Lei judaica e seus pormenores (At 22,3). Cheio de zelo pela religião judaica começou a perseguir os cristãos (Fl 3,6), tornando-se um exímio e temido caçador dos seguidores de Cristo, até ter um encontro com o Senhor Jesus na estrada de Damasco (At 9,1-19). Esse fato mudou radicalmente a vida de Paulo. 

De perseguidor ele passou a evangelizador, levando a mensagem de Cristo para muito além das fronteiras da Palestina. Fez quatro viagens missionárias (At 13-14; At 15,39-18,22; At 18,22-21,16 e At 21,17-28,16), quando visitou diversas cidades em dois continentes (Ásia e Europa) e fundou inúmeras comunidades (igrejas). Por seu trabalho missionário, sofreu perseguição dos seus antigos companheiros judeus, sendo preso diversas vezes. 

Homem culto e bem preparado, Paulo conhecia a fundo a religião de seus pais, escrevia e falava em grego e possuía boas noções das filosofias e religiões gregas do seu tempo. Era cidadão romano (At 16,37) e soube tirar partido desse título, bem como de toda bagagem cultural que adquiriu, para conduzir todos a Jesus (1Cor 9,19-22). 


Conversão de Saulo: na estrada de Damasco o encontro com Jesus.

Começou a evangelizar para os próprios judeus, mas como esses não lhes deram ouvidos e o perseguiram, Paulo voltou sua pregação aos pagãos (At 13,44-49). Para isso, ele teve de adaptar a mentalidade dos Evangelhos, conservando o que era essencial (seguimento de Cristo) e deixando de lado o que não era importante (circuncisão). 

Paulo considerava muito perigoso unir pregação do Evangelho com dinheiro, por isso, preferia ganhar seu sustento com o próprio trabalho (Fl 4,15-17). Bem que alguns ‘missionários’, ‘pastores’ e ‘apóstolos’ de hoje poderiam aprender isso com ele... Apesar de Jesus ter ensinado que o operário (pregador) é digno do seu sustento (Mt 10,10), Paulo anunciava a Boa Nova gratuitamente. 

Foi ele quem criou a comunicação escrita para o Novo Testamento e foi também aquele que mais escreveu. Seus textos, conhecidos como as Cartas De Paulo, são anteriores aos escritos dos Evangelhos. São atribuídas a ele quatorze cartas, apresentadas na Bíblia Sagrada em ordem de tamanho, da maior para a menor:

Romanos;
I Coríntios;
II Coríntios;
Gálatas;
Efésios, escrita quando estava preso;
Filipenses, idem;
Colossenses, idem;
I Tessalonicenses;
II Tessalonicenses;
I Timóteo;
II Timóteo;
Tito;
Filemon, escrita quando estava no cativeiro. É o mais breve livro da Bíblia; e
Hebreus, essa carta é atribuída a Paulo, embora seu estilo não se pareça com o do missionário. 

Segundo estudiosos, Paulo escreveu suas Cartas procurando iluminar com os Evangelhos os problemas enfrentados pelas comunidades cristãs. Ele não cria teorias, mas tenta, a partir das dificuldades, o que significa ser um seguidor de Jesus. As Cartas são dirigidas para cada comunidade em particular e abordam uma problemática vivida naquele momento, naquele lugar. Mesmo assim, as Cartas de Paulo continuam atuais, dinâmicas, como se acabassem de ter sido escritas para cada um de nós. 

Paulo viveu há mais de dois mil anos. Não andou com Jesus como fizeram os apóstolos, mas conheceu e aceitou as palavras do Filho de Deus e tentou (tenta) transmiti-las para todos. Cabe a cada um de nós abrir o coração e deixar que essa mensagem de paz e amor transforme radicalmente nosso viver.

Fonte: Cartas de São Paulo - Introdução Geral (com adaptações), Bíblia Sagrada - Edição Pastoral, pp 1437 - 1439, 25ª edição, Ed. Paulus.  


(As imagens acima foram copiadas do link Images Google.)

domingo, 22 de maio de 2011

CONTO JUDAICO

Durante as orações, numa antiga sinagoga de Israel, em determinado momento, metade da congregação se colocou em pé, enquanto a outra metade permaneceu sentada.

A metade que ficou sentada começou a gritar aos que tinham ficado de pé para que se sentassem, e a metade que estava de pé gritava aos outros para que se levantassem.

O rabino ficou sem saber o que fazer. A congregação lhe sugeriu que consultasse um sábio de 98 anos, um dos fundadores da sinagoga, que estava residindo num asilo devido à idade e problemas de saúde.

O rabino esperava, sinceramente, que o ancião estivesse em condições de contar como era a tradição no seu tempo e, pensando nisso, dirigiu-se ao asilo acompanhado de um representante de cada grupo em que estava dividida a congregação.

Já nos aposentos do velho sábio, o representante dos que haviam ficado de pé lhe perguntou se a tradição era colocar-se de pé naquele momento da oração. E o ancião respondeu:

– Não. Essa não é a tradição.

O representante dos que haviam ficado sentados, esgrimindo um sorriso vitorioso nos lábios, afirmou:

– Então, a tradição é permanecer sentado!

Ao que o sábio contestou:

– Não. Essa não é a tradição.

Como a polêmica permanecia sem solução, o rabino dirigiu-se ao homem sábio:

– O problema é que estão ocorrendo brigas constantemente: os que ficam de pé gritam aos que ficam sentados e vice-versa, e isso...

O sábio interrompeu o rabino, antes que este terminasse a frase, abriu um sorriso e exclamou:

– Essa é a tradição!

Silvio Tendler (nascido em 1950) é um documentarista e cineasta brasileiro. Conhecido como "o cineasta dos vencidos" ou "o cineasta dos sonhos interrompidos", é detentor das três maiores bilheterias de documentários na história do cinema brasileiro: "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1 milhão e 800 mil espectadores), "Jango" (1 milhão de espectadores) e "Anos JK" (800 mil espectadores).


(A imagem acima foi copiada do link Images Google.)